Odeio pimbalhice...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010
É um facto - grande parte do povo português só gosta de música pimba e não liga puto a música de qualidade.
Ontem fui a uma aldeia perto de Chaves para ver os Cazino, uma banda que tinha curiosidade em conhecer e ver ao vivo. Esqueci-me foi que antes deles tocavam uma série de outras bandas que só tocam música de caca, incluindo aquele gajo do "Pego no burrito e lá vou eu"/"Quem quiser entrar ponha o dedo no ar".
A minha sorte é que cada banda só tocava cerca de 20 minutos, o que dava uma média de 5 músicas, por isso passava de umas para as outras bastante rápido (mas não sem primeiro causar alguns danos cerebrais). 
Mal cheguei ao recinto onde estavam os palcos (sim, porque haviam 4 palcos) fiquei logo com vontade de fugir a sete pés quando comecei a ouvir duas raparigas a cantar (cantar como quem diz, elas não tinham lá grande voz) "Cheira bem, cheira a Lisboa".
Depois ainda aturei uma gaja qualquer chamada Joana que cantava músicas como "Se te portares mal pego no cacetete" e "Dás-me uma, dás-me duas, eu peço-te outra e tu dás-me três". Se não era assim era do género.
Depois veio o tal do burrito e do carocha do amor e por essa altura eu já não queria saber dos Cazino, já só pensava em ir embora, mas no fim do concerto do Fernando Correia Marques (acabei de pesquisar na net porque já não me lembrava do nome dele) anunciaram que a seguir vinham os Cazino.
Mais esperança.
Infelizmente também só tocaram 20 minutos, como as outras bandas, o que é extremamente pouco para o esforço que eu fiz para ficar ali (a sério, era mau demais). Apesar de tudo, gostei do som deles e cantei bem alto a Lição de Voo, que era a única que eu conhecia.
Mas eu estive com esta conversa toda porquê, perguntam vocês. Bem, o que me irritou mais é que as bandas da pimbalhada tinham o público inculto ali todo a dançar e a divertir-se enquanto comiam leitão no pão e emborcavam cerveja, enquanto que os Cazino, que de pimbalhada não têm nada e foram de longe a melhor banda que passou por ali, não tiveram assistência quase nenhuma. Até metia dó.
Vê-se perfeitamente que nas aldeias o povo só curte ao som de pimba e mesmo que alguém se preocupe em levar lá boas bandas, ninguém se interessa. Eu não acho que gostar de bandas pimba seja mau, cada um gosta do que quer e não é nada comigo, mas podiam fazer um esforço para se cultivarem musicalmente, de modo a não parecerem um bando de labregos para sempre.
Há coisas que me ultrapassam.

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